São Cristóvão/SE: Treze motivos para visitá-la
São Cristóvão/SE: Treze motivos para visitá-la
Pesquisas apontam que viagens a um raio de até 500km de distância e com atrativos de pouca aglomeração serão a mola-mestra no retorno do turismo pós-pandemia. Aqueles destinos que estão se planejando, reestruturando, passam a informar e a cumprir os protocolos de segurança sairão na frente. Apostas também indicam que o turista será mais exigente e cuidadoso. Afinal, viajar é um desejo que muitos querem realizar, realizarão e planejarão, agora com um item a mais: a segurança.
São Cristóvão, cidade localizada a poucos 23km de Aracaju, fundada em 1590 e considerada a 4ª capital a época mais antiga do País, detém todos os pré-requisitos para ser um dos xodós de Sergipe no pós-pandemia. Com um agradável roteiro à céu aberto, patrimônio histórico, rica em regionalidades, o Tô no Mundo (@silviotonomundo) abraça essa ideia e vai até lá para trazer aos viajantes o que a Cidade Mãe de Sergipe tem para oferecer. Vamos lá?
Praça São Francisco
Sem sombra de dúvida, já um motivo para ir até lá. De valor universal e patrimônio da humanidade por ser resultado das ordenações Filipinas e, portanto, espanholas, em terras de domínio português (1580-1640), a Praça São Francisco é um exemplo material único do momento histórico em que Portugal e Espanha estiveram unidos sob uma mesma coroa. Faz parte dos quatorze Patrimônios Mundiais do Brasil.
Historicamente, ela une os padrões de ocupação seguidos por Portugal e as normas estabelecidas pela Espanha. Basta chegar para observar um conjunto arquitetônico harmonioso. Do lado direito, a antiga Santa Casa de Misericórdia e a igreja de Santa Izabel; do lado esquerdo, um enfileirado de casarios, um deles funcionando a Casa do Folclore. Ao fundo, é de encher os olhos a vista da Igreja e do Convento de São Francisco ou de Santa Cruz, onde funciona o Museu de Arte Sacra. Do outro lado, o Museu Histórico de Sergipe com diversos casarões ao redor, um deles a antiga Ouvidoria. No meio da praça, um cruzeiro desenha ainda mais o século XVI.
Conjunto arquitetônico da igreja e convento São Francisco
São mais de 15 prédios tombados pelo Patrimônio Histórico e Cultural somente na parte alta da cidade. O Complexo do Convento São Francisco construído no final do século XVI é um dos mais expressivos remanescentes dentre os que foram edificados pela Ordem Franciscana e pelas irmandades consorciadas da colônia portuguesa do Brasil. É um dos únicos entre outros conventos franciscanos a ter no prolongamento de seu adro uma praça que guarda uma relação marcante com o projeto urbano. O conjunto arquitetônico congrega o Museu de Arte Sacra, a Igreja Conventual, a Capela da Ordem Terceira de São Francisco e o Cruzeiro. É Patrimônio Histórico e Artístico Nacional do Brasil desde 23 de janeiro de 1967.
Museu de Arte Sacra
Fica no complexo histórico do Convento São Francisco e abriga um acervo considerado o terceiro mais importante do país. A maioria das 500 peças pertenceram às famílias nobres da região e foram doadas ao museu, principalmente advindas de engenhos da região do Agreste e Baixo São Francisco, expondo uma representação artístico/religiosa do século XVII ao XX. O horário de funcionamento: de terça a sábado (das 10h às 16h) e aos domingos e feriados (das 9h às 13h). Valor de entrada: R$ 6.
Igreja de São Francisco
Situado na parte central do convento, a igreja de São Francisco foi tombada pelo Iphan em 1941. Com estilo predominante do Rococó, a igreja tem um altar com desenhos em forma de flores, frutos, conchas, laços, entre outros, banhados a folha de ouro. No altar, uma imagem de Cristo crucificado e, ao seu lado, a imagem de São Francisco de Assis. Mais à frente, a imagem de Nossa Senhora da Conceição e, à sua direita, a imagem de Santo Antônio. No teto, duas imagens pertencentes ao pintor baiano José Teófilo de Jesus, datadas do século XVIII e XIX. Funcionamento: Segunda à sábado, das 08 às 13h.
Capela da Ordem Terceira de São Francisco
Construção concluída no século XVIII, a Capela da Ordem Terceira de São Francisco fica situada na ala esquerda do Convento, atual Fundação Museu de Arte Sacra de Sergipe. Com arquitetura neoclássica, o interior da igreja possui altares e retábulos esculpidos, sacristia com lavabo em pedra calcária, contendo escudo da Ordem Franciscana, datado de 1725 e arcaz em Jacarandá e cedro da mesma época. Possui teto em gamela policromada com pintura ilusionista atribuída aos discípulos do pintor baiano José Theóphilo de Jesus.
Largo da Matriz – Praça Getúlio Vargas
Para chegar até ele partindo da Praça São Francisco, passa-se pela Rua dos Poetas até a praça da Igreja Matriz de Nossa Senhora das Vitórias (Praça da Matriz).
Há um sobrado denominado Balcão Corrido, hoje abrigando um Centro de Artesanato, além do antigo Fórum de Justiça, da antiga Prefeitura e vários casarios, um deles chamado de Casa da Queijada, que vende queijadinhas, outro sabor encontrado em São Cristóvão, que descreverei mais adiante.
A Igreja Nossa Senhora da Vitória (Matriz) data do início do século XVI e é um dos mais antigos monumentos de que se tem notícia na cidade. Edificada por Jesuítas a partir da ordenação Filipina no período de União Ibérica, esta igreja sofreu inúmeras modificações ao longo dos anos, sobretudo no período bélico de 1637 a 1645. De grande volumetria, a igreja dispõe de duas torres bem proporcionadas, guarnecida por azulejos brancos, encimadas por galo português. Chama atenção o altar-mor em madeira esculpido com a ponta de canivete, púlpitos estilo barroco com taça em cantaria e o arco cruzeiro guarnecido por dois anjos ao centro. Mais acima, encontra-se a imagem de São Cristóvão em pedra calcária. Dentre o acervo de imagens encontra-se: imagens de Nossa Senhora da Vitória, Nossa Senhora da Conceição e de São Cristóvão. A Matriz funciona para visitação das 9 às 13h. As missas acontecem todas as terças-feiras, às 19 horas.
Sobrado do Balcão Corrido – Casa dos Sabores e Fazeres
Construção em estilo colonial, com forte influência mourisca, provavelmente do século XIX, o sobrado do Balcão Corrido é mais um monumento tombado pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional, Iphan. A entrada é gratuita e atualmente funciona a Casa dos Saberes e Fazeres, a Casa do Cordel e o espaço Licores e Artes.
Largo do Carmo
É seguir pela esquerda da praça da Matriz e chegar até o terceiro complexo. O conjunto compreende a igreja e convento de Nossa Senhora do Carmo e Capela da Ordem Terceira do Carmo (Senhor dos Passos), além da Sala Irma Dulce, onde a carmelita começou seus dias de reclusão.
Na Igreja da Ordem Terceira ou do Senhor dos Passos, o Salão dos Ex-votos chama atenção. Observe o altar-mor das igrejas e as peças sacras restauradas recentemente. O forro da capela-mor da Ordem Terceira foi restaurando e nesse processo se descobriu que embaixo da pintura havia um verdadeiro mosaico barroco. Possui ainda um pequeno claustro interno que deve ser visitado.
Também veja o jogo de sombra e luz refletidos nas portas e colunas entre as igrejas e o convento. Na sacristia da Ordem Terceira há afrescos em todo o teto e também chama atenção pela imponência da pia em pedra calcária utilizada para lavar as mãos das Irmãs Concepcionistas.
Museu dos Ex-votos
Fundado em 1990 pela ordem terceira dos Carmelitas, e inaugurado no claustro da Igreja-Convento do Carmo, este espaço museólogo guarda objetos que documentam a relação de fé entre o devoto e o Senhor dos Passos. Neste espaço estão expostos, através de fotografias, quadros e réplicas em gesso ou madeira, da parte do corpo humano (braços, pernas, mão, cabeça, entre outros) oferecidos em alusão às graças alcançadas. Horário de visitação: terça a sexta das 8h e 13h. Entrada Gratuita.
Memorial Irmã Dulce
Inaugurado no dia 04 de abril de 2009, a sala do Memorial Irmã Dulce está localizada no Convento do Carmo. A sala é mantida pelos Frades Carmelitas e apresenta um resgate da trajetória da freira durante seu período de permanência no convento, quando definitivamente optou por servir aos pobres e doentes, confirmando a sua vocação religiosa.
Irmã Dulce permaneceu no convento de São Cristóvão por um ano e sete meses, tendo sido consagrada freira em 1934. De acordo com as memórias escritas pela própria Irmã Dulce, a passagem por Sergipe foi fundamental para que definisse os rumos de sua vida religiosa. Localização: Convento do Carmo, Praça do Carmo. Funcionamento: terça a sábado das 10h às 16 h e domingo da 9h às 13h. 14.
Igreja de Nossa senhora do Amparo dos Homens Pardos
Partindo da Praça do Carmo ou Senhor dos Passos em direção ao acesso à Aracaju pela rodovia João Bebe Água, conheça ainda a Igreja do Amparo (antes exclusiva para homens).
Observe os detalhes bem mais simples do que as outras igrejas. Esta última era permitida apenas para negros. O altar não tem tanta imponência e só há uma torre bem menos longínqua.
Datada do século XVIII, a Igreja Nossa Senhora do Amparo dos Homens Pardos, foi construída pelos Jesuítas e instituída em 1690. Em estilo Barroco, é mais uma relíquia do Conjunto Arquitetônico de São Cristóvão, tombado pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional-IPHAN, desde 1962. Localização: Rua Messias Prado. Horário de Funcionamento: Terça a sábado das 10h às 16h e ao dom das 9h às 13h.
Cidade Baixa
Na Cidade Baixa há uma antiga estação de trem, uma bica onde os são-cristovenses se divertem no final de semana, mas necessitando de reforma urgente. O atracadouro abriga um restaurante e deve ser visitado. O centro comercial e a feira livre também podem render boas fotos e é onde se pode encontrar mais um sabor são-cristovense, os famosos peixes na palha (moquequinhas). Afinal, como em toda cidade histórica, a Cidade Baixa tem seus encantos.
Sabores são-cristovenses – dos bricelets as queijadas
A queijada é um típico doce são-cristovense com sotaque português. Sabe por que? Conta a história que os primeiros portugueses que aportaram na região trouxeram consigo o modo de fazer as guloseimas portuguesas fabricadas artesanalmente com queijo e finas camadas de doce embalados em uma forminha de farinha de trigo com leite. As tradições foram mantidas, mas o queijo foi substituído por um produto bem mais nordestino: o coco. As queijadas são-cristovenses ganharam fama nacional, até mesmo por não levar queijo, mas o coco ralado embebecido por um sabor bem brasileiro.
A Casa da Queijada fica na Praça da Matriz, nº 56. Também se pode encontrar outros tipos de quitutes a precinhos bem convidativos. Na Panificação Colonial, também no entorno da Praça da Matriz, as queijadas são disputadas. Na casa de Dona Marieta, na frente da rodoviária, na Cidade Baixa, bem no centro da cidade, também é referência para compra das queijadas e das denominadas moquequinhas, um tipo de peixe enrolado na folha da bananeira e que leva um tempero bastante ardido para os paladares que não gostam de apimentados.
Um outro sabor são os bricelets de São Cristóvão. Os biscoitos no formato quadrado, de massa finíssima e originário da Suiça, chegaram a São Cristóvão resguardado pelas freiras carmelitas e até hoje é confeccionado na cidade.
Feito em processo artesanal e delicado, numa prensa quente a receita leva leite, farinha de trigo, ovos e açúcar e no Brasil acrescentou-se suco de laranja e a raspa de limão.
Hoje em dia, as irmãs do Lar Imaculada Conceição não são mais as responsáveis pelos delicados biscoitinhos que desmancham na boca. A produção ficou a cargo dos antigos funcionários do Lar Imaculada Conceição (onde hoje funciona a sede administrativa do município de São Cristóvão). E para continuar essa história foi criada a Casa dos Bricelets, localizada na rua Erundino Prado, número 16, Centro Histórico de São Cristóvão. Horário de funcionamento das 8h às 17h (domingo a domingo). Contatos: (79) 9 8858- 7302. Instagram @casadosbricelets. Quem quiser contribuir pode ajudar através das contas bancárias:
●Banco do Brasil
Conta Poupança
AG: 2611-5
Conta: 13241-1
Manoel S. Santos
CPF: 006404165-43
● Caixa Econômica Federal
Conta Poupança
AG: 2998
Tipo: 013
Conta: 00006516-6. Vera Maria Gomes CPF: 591.174.865-72
Como chegar
Partindo de Aracaju, pode-se chegar a São Cristóvão pela rodovia estadual João Bebe Água e pela BR 101. A primeira, foi parcialmente duplicada e há muitas curvas, porém, chega-se mais rápido, a pouco mais de 20km. A segunda, é bem mais movimentada e mais longe, pouco mais de 30km. Os dois trajetos são fáceis e há boa sinalização.
Na saída da cidade pela Rodovia João Bebe Água, a 2 km do centro histórico, há o Cristo Redentor, erguido em 1924, sobre as bases da antiga capela de São Gonçalo.
FUENTE: abrajetnacional.com.br
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